terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Alexi Laiho, "Sim, quebrei meu ombro jogando boliche."



Foto por Jussi Hyttinen               

O Children of Bodom formou-se em 1993 na cidade finlandesa de Espoo. O guitarrista líder e vocalista Alexi Laiho e o baterista Jaska Raatikainen formaram a banda por volta de seus 14 anos de idade sob o nome de Inearthed. No momento em que o grupo acabava de lançar seu álbum de estreia, o Something Wild (1997), a banda já havia preenchido sua formação e mudado seu nome para Children Of Bodom, uma referência ao infame assassinato de 1960 de crianças na região do Lago Bodom, perto de onde a banda cresceu.
Apesar de frequentemente rotulados de black metal, a música do Children Of Bodom beira seu parente sônico mais próximo, o death metal melódico, que surgiu em Gothenburg, na Suécia, um punhado de anos antes do Bodom se juntar.
 Nós falamos recentemente com Laiho, que havia acordado para a longa noite que vinha pela frente ao palco e discutimos seus últimos anos na música, sua profunda admiração pelos vários guitarristas de Ozzy e do acidente de boliche que o tirou de comissão por um breve momento há alguns anos atrás.

Westworld: Você aprendeu a tocar vários estilos diferentes de música crescendo. Como você se envolveu com o heavy metal?

Alexi Laiho: Eu comecei tocando violino quando tinha sete anos, então havia muita música clássica envolvida nisso. Minha irmã mais velha começou a ouvir hard rock e heavy metal e isso me atraiu de imediato. Quando eu era bem pequeno, ouvia as fitas dela. E me tornei fã do estilo.

Quais foram os guitarristas inspiradores para você enquanto desenvolvia seu próprio estilo?
Sabe, os caras que tocaram para Ozzy como Randy Rhoads, Jake E. Lee e Zack Wylde. E outros como Steve Vai, Yngwie Malmsteen, Paul Gilbert. Caras como eles.

Porque os guitarristas do Ozzy foram tão influentes sobre você? Parece que você tem uma afinidade especial por eles.

Eles pareciam ter mais personalidade em seu tocar. Todos tinham estilos diferentes, mas havia algo especial neles.

Há guitarristas hoje que você respeite muito?

Ah, sim. Não que eu me lembre de muitos agora. No entando, Jeff Loomis, que tocava para o Nevermore - ele é muito foda.

Que guitarras específicas você gosta mais de tocar e porque  estas guitarras?


Ah, eu tenho um modelo assinado por mim para a ESP. É o mesmo formato com que Randy Rhoads tocava. É bem simples. Tem um único captador, alavanca (whammy bar) e vinte-e-quatro trastes. Toca bem então o que não gostar nela?

O que sobre os assassinatos do Lago Bodom inspirou vocês quanto à criação do nome da banda?

Foi apenas pelo fato de termos crescido perto desse lago onde tudo ocorreu e tinhamos que mudar o nome da banda para o primeiro álbum.

Quando vocês começaram, como era estar numa banda na Finlândia?

Era mais no cenário underground. Black metal, death metal e e coisas do tipo. A cena da qual fazíamos parte... não era fácil conseguir um show, e você tinha que realmente estar lá fora implorando para cada porra de bar para tocar ou abrir para alguma banda. Então sim, era bem desagradável. Eu quero dizer que era bem duro, mas não nos impediu. Nós queríamos progredir e faríamos de tudo para conseguir um contrato de gravação e depois de anos tocando em bares sujos e coisas do tipo, nós acabamos conseguindo um contrato. Foi um trabalho duro, mas valeu a pena.

Vocês tocaram fora da Finlândia logo?

Sim, depois que o primeiro álbum saiu, fizemos nossa primeira turnê europeia abrindo para Hypocrisy e Covenant.Foi mais na Alemanha e Europa Ocidental. Aquilo foi incrível e naquele momento parecia algo tão grande.

Como você conseguiu se machucar o suficiente naquele acidente no boliche para ficar fora da comissão em 2007 por um curto período?

Eu não sei, cara, eu estava completamente desgastado e estávamos jogando boliche com amigos. Eu escorreguei e de alguma forma dei um 180° no ar e atterizei com meu ombro. O que provavelmente me faz parecer o maior idiota em todo o mundo, mas sim, eu quebrei meu ombro jogando boliche.

Quando li sobre isso, eu duvidei.

É, cara. Acreditando ou não, foi pra valer.

Sua banda parece estar de turnê constantemente. Qual o aspecto mais desafiador disso e o que te realiza mais?

Obviamente, a parte de tocar. Para mim, é o modo de vida perfeito. Nós viajamos o tempo todo, e é uma cidade diferente toda noite e pessoas diferentes e vidas diferentes, então eu gosto disso. Eu tenho dificuldade em ficar parado de qualquer forma, então se encaixa comigo bem. Pode ser muito divertido e rola muita festa, mas quando você faz isso durante um ano e meio sem um intervalo decente, acaba cansando. Você começa a ver o desgaste, especialmente quando você precisa pegar voos para todo lugar ou como quando você está na África do Sul ou Ásia e eles não têm ônibus de excursão, de verdade, então se perde muito sono. Coisas com estas. Podem definitivamente botá-lo pra baixo e definitivamente não é pra qualquer um.

Que vídeo games você tem gostado de jogar ultimamente e quais são seus favoritos?
Eu gosto de GTA, mas geralmente de jogos de corrida e eu gostei de jogos do tipo Resident Evil ou Silent Hill. Mas eu não comprei nada novo recenetemente, então preciso checar o que tá circulando por aí.

No seu website você lista alguns de seus álbuns favoritos de todos os tempos. Porque você inclui o álbum Tribute de Ozzy Osbourne?

É meu favorito álbum de Ozzy e foi o primeiro álbum que ouvi na vida. Eu tinha que aprender "Crazy Train" para um negócio na escola de música que eu estava indo. Eu nunca tinha escutado Ozzy antes. Eu tinha escutado Yngwie Malmsteen e coisas do tipo, mas não sabia quem Randy Rhoads era. Quando ouvi o álbum, era incrível demais. Sabe, a guitarra e boas músicas e toda a vibe daquele álbum, a coisa toda ao vivo. É bem intenso.

Você foi à escola de música. Você teve liberdade no que aprendia a tocar, ou tinha um regime de educação restrito envolvido?

Quando fui à escola de música, era mais jazz e essas coisas que eu estava aprendendo e transcrição musical. Merdas como essas.

Quando você está na sua casa na Finlândia, as pessoas geralmente sabem dizer quem você é na rua?

Bem, sim. Tento fazer meu trabalho em paz, mas eu diria que na Finlândia os não-metallers saberiam quem eu sou.

O que as pessoas de lá geralmente pensam de alguém que vive de música?

A maioria das pessoas respeitam o que faço para viver. Claro que é no sentido de ter a coragem de abandonar a escola e fazer algo que você ama. É verdade que nem todos fazem o que amam para viver.

Qual é o mais incomum ou interessante lugar em que já tocou em sua carreira?

Há tantos países, é difícil escolher apenas um. Eu não sei, cara, o planeta inteiro. Não tocamos no Alasca ainda e nem estive por lá, então seria legal.


Esta entrevista foi realizada logo antes do show que ocorreu no Gothic Theatre - 07 de Fevereiro, na Broadway Street com Eluveitie, Revocation e Threat signal.
Por Tom Murphy

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