O Lucius Blackworth, da Broken Neck Radio, falou recentemente com o vocalista/guitarrista do CHILDREN OF BODOM, Alexi Laiho. Eles conversaram sobre expectativas das composições, das turnês, a prisão de Randy Blythe do LAMB OF GOD e como isso afeta a eles, sendo uma banda internacional e muito mais.
Você pode ouvir a entrevista, no link da matéria: Clique aqui.
A entrevista encontra-se transcrita e traduzida logo abaixo, confira:
Publicada 14/fevereiro.
Meu nome é Lucius Blackworth, falando da Broken Neck Radio. São 6h30 da manhã onde estou agora e eu realmente não estou acostumado a acordar tão cedo mas te digo uma coisa, cara, estou realmente animadíssimo por estar acordado agora e de ótimo humor porque estou aqui falando com Alexi Laiho, do Children Of Bodom, o guitarrista mestre e vocalista desde o início. É uma honra imensa, cara. Como você está?
Alexi: Estou bem, cara. Indo bem. Estaremos indo para o Canadá amanhã, então estou ansiosíssimo. Faz um tempo desde a última vez que tocamos lá e deverá ser ótimo. Sempre amamos tocar no Canadá, então é ótimo que começaremos por lá e tocaremos em mais cidades do que Montreal e Toronto, que normalmente fazemos.
Lucius: Vocês têm estado bem ocupados promovendo o novo álbum, Halo Of Blood, como tem sido a resposta ao novo álbum até agora?
Alexi: A resposta tem sido ótima, não estou apenas falando, mas realmente tem sido fantástico, pelos fãs e imprensa, no geral. Nós começamos a turnê em junho passado. Basicamente, estivemos na estrada de junho até o fim do ano, até dezembro. Tivemos dois meses de pausa, que eram muito necessários, porque nesta última turnê, foram 10 semanas e meia na Europa. Foi ótimo mas todo mundo estava derrotado e precisávamos de um pequeno intervalo, e agora estamos muito animados para voltar para a estrada. Sim, tudo tem sido bom.
Lucius: Sim, é bom tomar conta de si mesmo de vez em quando.
Alexi: Com certeza. Tem que descansar, recarregar as baterias e essas coisas.
Lucius: Eu tenho que te dizer, vocês foram uma das primeiras bandas de metal que eu realmente gostei e meio que comecei minha carreira musical sendo o tipo de cara grunge-punk e sempre achei que todo metal que eu ouvia era muito agressivo mas não tinha muito ritmo. Quando eu ouvi o Something Wild pela primeira vez, eu não fazia ideia de que metal podia ter uma melodia tão intoxicante e fui conquistado de primeira. Vocês acabaram de lançar seu oitavo álbum de estúdio, Halo Of Blood, o que faz deste álbum especial e o que vocês pretendiam conseguir no estúdio?
Alexi: Bem, toda vez que vamos ao estúdio, é a mesma coisa. Não chegamos lá querendo fazer algo específico ou como queremos soar, um certo estilo de música. Na verdade, eu pego minha guitarra e começo a escrever e tudo que sai naturalmente, é o que será. Tudo sai espontaneamente, nada é realmente planejado com antecedência e sempre foi assim. Nós não nos sentamos e discutimos como devemos soar ou que faremos a seguir. Fazemos o que fazemos, tudo que vem diretamente do coração e é assim que nos mantemos originais e frescos.
Lucius. Muito bem. Parece que falta muito disso no mundo da música hoje em dia. Parece que é tudo planejado quando se chega ao estúdio, todo o processo. Então é muito legal ouvir isso de vocês.
Alexi: Sim. Seria mais fácil escrever tudo antes e apenas chegar e gravar no estúdio, mas a gente não planeja merda nenhuma. Desculpe minha grosseria, mas nós gostamos de ser espontâneos. E, no estúdio, várias ideias surgem e experimentamos muitas coisas diferentes com o teclado e essas coisas. Acredito que é importante deixar que aconteça assim. Deixar as coisas como deveriam ser, uma inspiração instantânea. Tem que deixar espaço para isso também.
Lucius: Tenho várias pessoas aqui que deixaram mensagens para vocês. Minha amiga Emily pediu que eu dissesse que ela ama vocês e que vocês deveriam ficar atentos com ela, porque ela é de Alberta e o povo de lá é insano. Eu conheço várias pessoas que tem histórias da turnê "The Unholy Alliance Tour". Esta foi a primeira vez que eu vi vocês ao vivo, eu tive que dirigir 500 quilômetros em duas horas e meia e valeu a pena, cara. Como foi estar em turnê com o Slayer e Lamb Of God?
Alexi: Foi ótimo. Claro que abrir para o Slayer foi um sonho que virou realidade, sério. Abrimos para eles na América do Norte e fizemos "The Unholy Alliance Tour" na Europa também. Foi muito legal, foi absurdo. Foi a turnê mais divertida que já tivemos. Com o Lamb Of God, já fizemos turnês com eles tantas vezes, então eles são amigos bem próximos e nos divertimos muito com eles também.
Lucius: Agora, sendo uma banda de âmbito internacional, qual a sua opinião sobre o ocorrido de Randy Blythe, ele sendo preso pela morte de um fã em um dos shows? Qual sua opinião sobre isso tudo?
Alexi: Eu fico indignado, repulsivo, por tudo isso. Sério, fico sem palavras. Ele foi jogado na cadeia e ficou lá por um ano. Foi péssimo. Eu nem imaginava que algo desse tipo fosse possível, mas pelo menos ele já saiu e isso é muito bom. Mas isso tudo foi uma loucura, e fico feliz que ele tenha saído. É isso.
Lucius: Sem dúvida, cara. Sendo uma banda internacional, isso afetou as turnês de vocês de alguma forma?
Alexi: Bem, eu vejo algumas diferenças sim. Mais nos festivais que fazemos, os festivais europeus. No contrato normalmente consta que se alguém da plateia ou um terceiro subir ao palco, a banda pode parar de tocar e sair, e ainda ser paga. Então, se alguém subir no palco, a gente deve parar de tocar e sair, justamente para evitar esse tipo de situação.
Lucius: Eu tenho uma pergunta hipotética para você, e depois algumas perguntas de fãs. Então: Se alguma vez a banda acabasse numa floresta ou algum deserto polar depois de um acidente de avião, sem comida, a grande questão que vem à mente: quem vocês comeriam primeiro?
Alexi: (Risos) Acho que eu escolheria o Roope, o guitarrista, porque.. bem, ele é o mais gordo. (Risos)
Lucius: (Risos) Boa resposta, cara. Certo, agora algumas perguntas dos fãs, sinta-se livre para não responder quando quiser. Isso é apenas uma compilação de perguntas feitas por canadenses.
- Como você mantem seu cabelo tão liso e sem frizz?
Alexi: (Risos) Ah, eu não sei. Ele é naturalmente liso. Ele fica com frizz durante o inverno e isso é bem chato, mas eu tenho esse tipo de produto para cabelo com frizz que eu uso durante o inverno.
Lucius: Ótimo, cara. (Risos) Qual o seu álbum e música do Bodom favoritos e porquê?
Alexi: Halo Of Blood, para ambos, porque tem a vibe mais obscura de todos os álbuns e eu amo isso.
Lucius: Muita gente quer saber como você se tornou esse ótimo guitarrista? Você estudou normalmente ou é autodidata e como você consegue cantar e ao mesmo tempo tocar estes riffs loucos e solos? Que tipo de influências afetam sua música?
Alexi: Eu estudei em conservatório por cinco anos para estudar guitarra. Eu gosto de teoria musical e toda essa mentalidade, e antes disso eu havia tocado violino e cresci no meio da música clássica. Basicamente, é questão de muito treino, horas intermináveis treinando. É o único jeito de conseguir. Quando começamos o COB, eu tinha treze anos e queria apenas tocar a guitarra, mas nenhum dos outros caras queria cantar e foi algo do tipo "Foda-se! Quer saber? Vou cantar!". E foi assim que aconteceu. Faço isso desde os treze anos, então é algo que estou bem acostumado a fazer. Dependendo do som, do riff, eu tenho que treinar algumas vezes para sair bom, mas, na maioria das vezes, sai naturalmente.
Lucius: Que tipo de influências você teve no mundo do metal enquanto crescia?
Alexi: Vários guitarrista, obviamente. Os caras do Ozzy: Randy Rhoads, Jake E. Lee e Zakk Wylde. Steve Vai, definitivamente. Eddie Van Halen, Slash.. Mais os caras dos anos 80 mesmo.
Lucius: Legal. Próxima pergunta.. Como você se manteve tão bonito ao longo desses anos?
Alexi: (Risos) Você só pode estar de brincadeira comigo, cara! (Risos) Eu não sei. Eu bebo cerveja e fumo, não sou do tipo saudável. Mas eu nunca levanto da cama até estar escuro lá fora. Não passo muito tempo no Sol, acho que essa seria minha resposta.
Lucius: Que tipo de música você ouve e como vocês conseguem essa performance tão brutal em palco e estúdio?
Alexi: É a vibe toda desse tipo extremo de música. Está em nossos corações desde sempre. Temos sorte de nunca ninguém ter crescido fora desse mundo e ninguém ter desejado fazer outra coisa na vida. Ninguém nunca quis tocar um som alternativo, industrial.. esse tipo de música. Ou pop. Nós amamos metal extremo e vivemos por ele.
Lucius: Como você se sente sobre o atual cenário do metal no mundo e que futuro você vê nele?
Alexi: Eu diria que a situação atual é bem melhor que o cenário do metal de quando começamos. Nosso primeiro álbum saiu no fim dos anos 90, 1997 e toda a cena metal, especialmente o extremo (death/black) era muito limitado. Era praticamente underground e, comparando aos dias de hoje, era muito pequena. Então, hoje obviamente é maior, pelo planeta todo. Onde quer que vá, tem muito fã de metal apreciando este estilo. Isso é ótimo. E não vejo ficando por isso mesmo, acredito que crescerá, porque o metal não é uma tendência, do tipo que vem e vai. Eu acho e gosto de acreditar que o metal está aqui para ficar para sempre.
Lucius: É um dos poucos gêneros de música que parece ser consistente e estável através dos anos e parece não ter fim. Você acha que tem muitas bandas por aí que são expulsas dessas grandes turnês, conforme ganham mais espaço e viajam com grandes nomes, que acabam se perdendo nesse mundo? Você já viu isso?
Alexi: Nunca vi isto, nunca vi acontecer, mas já ouvi falar. Acontece que para nós é muito importante ter respeito pelos headliners, quando se está viajando com outras bandas. Tem que ficar fora do caminho deles, mostrar respeito. Eles são os astros do rock, você só está lá para abrir para eles. E acho que esse tipo de atitude que nos impede de sermos expulsos de turnês.
Lucius: O Children Of Bodom estará passando por Vancouver dia 25 de fevereiro, no Commodore Ballroom. Para onde seguirão depois de Vancouver?
Alexi: Depois de Vancouver, sendo o último show do Canadá, iremos para Seattle e começaremos a viagem pelos EUA.
Lucius: O que vocês desejam cumprir neste ano?
Alexi: Bem, temos muitas turnês pela frente. Depois da América do Norte, temos duas semanas de folga e depois uma longa jornada de 6 a 7 semanas. Primeiro passaremos pela Rússica por uma semana e meia, depois vamos a Israel e Turquia. Seguimos para Austrália e depois faremos alguns shows na Ásia. Iremos a Taiwan, ficaremos dois dias na China e depois viajaremos à América do Sul. Não tenho certeza de quantos países visitaremos lá, mas ela é a próxima parada. Depois disso, temos os festivais da Europa. Após tudo isso, dependendo de algumas coisas, nós talvez façamos mais uma turnê ou começaremos a compor.
Lucius: Muitos músicos ao longo dos anos, especialmente os que começaram tão jovens como vocês, se perderam nesse mundo de sexo, drogas e rock 'n roll de alcoolismo na estrada e coisas do tipo. Você acha que vocês estão tomando mais cuidado com a saúde, levando em consideração que estão na turnê de seu oitavo álbum de estúdio?
Alexi: Sim, com certeza. Não vou mentir, eu me perdi um pouco nesse lance.. ele meio que vem no pacote quando se é um músico em turnê. Diferente de agora, eu defini minhas prioridades, meu trabalho é estar no palco e fazer o melhor show possível, essa é a prioridade número um. Não quero estar no palco de ressaca, não quero que nada de negativo aconteça na minha performance, é por isso que hoje eu pego mais leve na estrada. Fora dela é quando eu me divirto, quando eu bebo e fico louco, essas coisas. Acho muito importante isso. Tenho quase 35 anos, não tenho 20 mais. Quando você se abusa, você sente as consequência no dia seguinte e são dolorosas. Não é como estar aos 20 anos, como eu disse. E estar mal ao entrar no palco é muito ruim. Então decidi pegar leve quando estou na estrada.
Lucius: Qual foi a maior loucura que já aconteceu na estrada?
Alexi: cara, já me perguntaram isso muitas vezes mas ainda não tenho uma resposta para isso. Muitas coisas loucas acontecem ou já aconteceram, então é impossível nomear uma. Sem contar que as coisas mais loucas são as que você não lembra.
Lucius: O que as pessoas devem esperar de um show do Children Of Bodom?
Alexi: Uma festa de heavy metal, o objetivo é se assegurar de que todos se divirtam. Será brutal, será agressivo e muito divertido. É disso que o show se trata.
Lucius: Isso foi ótimo, cara. Mais uma vez, muito obrigado por se juntar a nós hoje. Tenham uma ótima turnê.
Alexi: Sem problema. Agora eu posso voltar para a cama.
Lucius: (Risos) Eu também. Muito obrigado!
Alexi: De nada. Aqui é Alexi do Children Of Bodom e você está ouvindo a Broken Neck Radio. O tipo de metal que te faz pirar!
Traduzido pela Brazilian Hate Crew.
Fonte: Bravewords | COB Facebook
Nenhum comentário:
Postar um comentário